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Crise no campo: Movimento SOS AGRO RS alerta para casos de suicídio entre produtores rurais

13/10/2025 10:10:42

Graziele de Camargo, Coordenadora Estadual do movimento SOS AGRO RS e produtora rural, trouxe à tona um tema preocupante: o aumento de casos de produtores ceifando a própria vida em razão do endividamento.

Toda essa crise que estamos vivendo — a pior crise financeira causada por uma crise climática — vem sendo agravada pela falta de soluções realmente efetivas por parte do governo federal. Embora algumas medidas tenham sido tomadas desde o ano passado, muitos produtores ainda se encontram desesperados, sem enxergar uma luz no fim do túnel.

E é justamente aí que entra o Movimento SOS de novo, com a proposta de uma ação voluntária reunindo profissionais da saúde mental, como psicólogos, psicoterapeutas e psiquiatras. O objetivo é oferecer amparo, acolhimento e orientação — estender a mão àquele produtor que está em sofrimento, ou mesmo às famílias que infelizmente perderam alguém nessa luta.

Hoje, o SOS conta com mais de 15 profissionais atuando de forma gratuita e voluntária. Basta entrar em contato pelo grupo de WhatsApp ou pelo Instagram do Movimento SOS de Novo, onde estão disponíveis todos os contatos para quem precisar de ajuda.” (Graziele 1)

A entidade conta com setores de apoio, como o SOS Coragem Rural e o SOS Agro RS + Psicólogos. O contato pode ser feito pelo WhatsApp (51) 9639-3364.

Graziele também fez ponderações sobre a necessidade de novas soluções financeiras:

Agora a gente começa a entender melhor o cenário. Se o governo não flexibilizar as regras, junto com os bancos, a situação vai continuar muito difícil. Isso porque, para renegociar uma dívida, o produtor precisa apresentar garantias reais — e, em muitos casos, a exigência é que o valor da garantia seja o dobro da dívida. Ou seja, se o produtor deve 1 milhão, precisa comprovar 2 milhões em garantias. E com alienação fiduciária, isso se torna praticamente inviável.

O governo precisa encontrar novas soluções, como, por exemplo, um fundo garantidor, que poderia viabilizar essas operações. Existem formas de fazer isso, mas tudo está acontecendo de forma muito lenta, e o produtor não tem mais tempo. A janela de plantio já abriu, e os agricultores precisam de um rumo, precisam saber como vão plantar.

As cooperativas também estão enfrentando dificuldades enormes — algumas inclusive fecharam as portas, outras já não conseguem liberar crédito. Ou seja, acabaram-se as opções.

Por isso, chegou o momento de pensar em algo mais robusto, que envolva não só a parte financeira, mas também o apoio psicológico e o suporte jurídico, porque muitos produtores vão precisar rever contratos e buscar alternativas para seguir em frente.” (Graziele 2)

A entrevista completa, está disponível nas plataformas digitais da Rádio Tupã.


  • Graziele



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