Margot Virginia Souza, Oficial de Cartório Registro Civil de Tupanciretã, concedeu entrevista à Rádio Tupã, sobre o Planejamento Sucessório em Vida: Sucessão Familiar, testamentos documentados:

"O Rio Grande do Sul, segundo estatísticas do IBGE — que fez esse levantamento em 2022 —, é o Estado mais velho do país. Somos 27 unidades federativas, e o Rio Grande do Sul lidera esse ranking.

Qual é o impacto desse envelhecimento mais acentuado em relação às outras regiões? É a dependência, são as novas necessidades. Temos questões previdenciárias, de saúde, de assistência social — tudo isso impacta diretamente na economia do Estado, na economia dos municípios e nas demandas que surgem com o avanço da idade.

Em relação aos registros públicos, há vários pontos que podemos destacar, mas principalmente esse que mencionaste há pouco: o fato de que o envelhecimento faz parte da nossa condição humana.

Assisti recentemente a uma palestra muito interessante, na qual se dizia que as evoluções médicas e farmacêuticas estão retardando o envelhecimento. Se olharmos para o início da humanidade, percebemos que estamos realmente a caminho da longevidade — já somos uma geração longeva.

E, segundo a palestrante, “o homem que vai chegar aos 150 anos já nasceu”.
Estamos ficando mais velhos, mas ainda insistimos em combater a velhice, quando deveríamos buscar conviver com ela de forma mais funcional e natural.

Mas, claro, são questões filosóficas — e que merecem muita reflexão." (Margot 1)

Outubro é o Mês da Longevidade em Tupanciretã, e Margot também comenta sobre a questão do testamento:

"Essa possibilidade de fazer um testamento e deixar organizada a condição familiar é muito importante.

Em primeiro lugar, é preciso saber onde se faz o testamento: ele deve ser feito no tabelionato.

Quem pode fazer um testamento?
Qualquer pessoa com capacidade civil pode ir até o cartório e registrar o documento — a partir dos 21 anos de idade, de forma autônoma. Tendo capacidade, pode comparecer e formalizar o testamento.

O que pode ser incluído nesse testamento?
Vamos imaginar o seguinte exemplo:
Sou solteiro, tenho patrimônio e filhos, mas não sou casado.
Nessa situação, eu posso dispor em testamento de 50% da totalidade do meu patrimônio — ou seja, metade do que possuo.

Essa metade eu posso deixar para quem desejar, observando sempre que os filhos são herdeiros necessários. Por isso, é importante ter cuidado ao definir as disposições.

Ao fazer o testamento, é recomendável buscar orientação jurídica, seja com um advogado ou diretamente com o tabelião do município, para entender a melhor forma de redigir e registrar o documento.

Se eu sou casado, também posso fazer o testamento — novamente, sobre 50% do meu patrimônio. A outra metade, obrigatoriamente, é destinada aos herdeiros necessários, conforme determina a lei." (Margot 2)

Margot tira novas dúvidas na entrevista completa, disponível nas plataformas digitais da Rádio Tupã. 

Esta entrevista faz parte de uma programação especial, de ações neste mês da longevidade, quando no dia 31/10, às 14h na Casa da Cultura terá Palestra Show Vibe Positiva, apresentações artísticas, Bingo do Milhão e sorteio de brindes, e todas as quartas-feiras, às 9h: programação especial no Variedades da Rádio Tupã!