Uma pesquisa realizada pelo projeto científico Genov, da rede de saúde integrada Dasa, identificou uma mutação na variante Gama – atualmente, a mais comum no Brasil e identificada inicialmente em Manaus – do coronavírus. Chamada de Gama plus, a nova cepa possui características da Delta, originária da Índia e é mais transmissível. A informação é da revista Veja.

O projeto Genov analisou 1.380 amostras de todas as regiões do Brasil, coletadas entre maio e junho. A grande maioria(95%) era da linhagem Gama. Entretanto, 11 dos sequenciamentos amostrais de maio apresentaram a mutação P681H, em que o aminoácido prolina é substituído pela histidina. A cepa foi encontrada em Goiás (5), Tocantins (2), Mato Grosso (1), Ceará (1), Santa Catarina (1) e Paraná (1).

Os pesquisadores também verificaram um caso coletado em maio de variante Gama no Rio de Janeiro, com a mutação P681R, em que no lugar da prolina é notada a presença de arginina, típica da variante Delta. Em junho, foram identificadas três amostras da Delta no Paraná e uma no Rio de Janeiro.

— Ainda que sejam números referentes aos meses de maio e junho, são de grande importância epidemiológica pois nos ajudam a entender o comportamento e a evolução das variantes no Brasil. São achados que reforçam nossa percepção de que não devemos minimizar o risco que as variantes importadas para o nosso país, como a Delta — afirmou à revista Veja José Eduardo Levi, coordenador do Genov e virologista da Dasa.