Nos últimos cinco anos, o Rio Grande do Sul foi impactado por eventos climáticos extremos que causaram perdas agrícolas bilionárias. Em 2024, a tragédia das enchentes atingiu diretamente mais de 200 mil propriedades rurais e causou prejuízos estimados em R$ 4,1 bilhões apenas na agricultura. As perdas acumuladas no setor desde 2020 já ultrapassam os R$ 92 bilhões.
Diante desse cenário crítico, a sede da Famurs foi palco de uma grande mobilização em prol do agronegócio gaúcho, nesta segunda-feira (17/06). O ato reuniu prefeitos, vice-prefeitos, parlamentares estaduais e federais, entidades representativas do setor primário e representantes do governo do Estado no auditório e no estacionamento da Federação. O encontro resultou em dois documentos:
A carta aberta ao Governo Federal cobrando medidas emergenciais e estruturais para enfrentar o alto nível de endividamento rural que atinge os agricultores gaúchos. O documento foi construído com apoio da Farsul, Fetag-RS, Fecoagro. Uma das principais medidas sugeridas na carta é o alongamento dos débitos dos produtores rurais por 20 a 25 anos, com juro limitado a 3%. A carta ainda propõe a criação de um fundo garantidor para as operações de crédito rural, linhas de financiamento com juros subsidiados, investimento em infraestrutura de armazenamento e irrigação, além de medidas para facilitar a importação de insumos.
O relatório executivo do encontro, elaborado por Inteligência Artificial, servirá de subsídio para os prefeitos gaúchos. O documento registra as principais questões discutidas, os riscos do colapso da produção agrícola e as estratégias apontadas para solucionar o problema. O relatório traz dados importantes apresentados pelos participantes da mobilização. E indica os próximos encaminhamentos.
Presente no evento, inclusive usando da palavra, o Prefeito de Tupanciretã, Gustavo Herter Terra, concedeu entrevista comentando sobre esta mobilização:
"O norte principal dessa vinda foi uma reunião que nós, há uns 20 dias, na reunião dos presidentes de associações aqui na FAMURS provocamos a favor para que fizesse essa reunião chamando a bancada Gaúcha, a bancada Federal Gaúcha, chamando a bancada da Assembleia Legislativa, vários secretários de governo, inclusive o governador numa mesma mesa de debate, porque não adianta discurso político, não adianta falas demagógicas com promessas e que não vão resolver o problema e passa a semana, passa mês, passa outro mês, e o produtor rural cada vez mais tá chegando a data de pagar suas prestações, tá correndo risco de ter o seu CPF negativado e ficar alheio o acesso ao crédito. Aí esse produtor que já plantou a safra de inverno com dificuldade, sem adubo, sem calcário, sem alguns insumos necessários para alta produtividade, não pode repetir essa mesma estratégia no verão, porque a gente sabe que o Soja não vai produzir, já tem aí um plantio adubo que vai sugar a terra, e agora um segundo plantio. O Produtor Rural não terá condições. Eu fiz um cálculo ontem de números que eu tive acesso, eu acredito que 40 mil hectares em Tupã do 150 plantados, que seria 50% dos que acessam ao crédito dele instituição financeira, e esses aí não teriam condições de acesso ao crédito em função de ter o seu patrimônio comprometido". (Gustavo 1)
De acordo com dados da área técnica da Famurs, foram reconhecidos pela União 2.895 decretos municipais de situação de emergência ou calamidade pública desde 2020, número que evidencia a magnitude e a persistência da crise climática no estado. Apenas em 2024, as cidades afetadas pela enchente tiveram perdas estimadas em R$ 12,2 bilhões, sendo R$ 4,1 bilhões especificamente na agricultura. No período de 2020 a 2025, o prejuízo é calculado em R$ 92,6 bilhões.
Fonte e foto: FAMURS
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