Em um cenário onde o rádio continua a ser um dos meios de comunicação mais confiáveis do Brasil, a sua importância é ainda mais relevante ao visualizarmos sua presença no Kit de Emergência da União Europeia.

O apagão que atingiu Portugal, Espanha e o sul da França no dia 28, mudou a dependência das tecnologias digitais, quando a internet ficou fora do ar, redes móveis inoperantes, hospitais com dificuldades, transportes parados, aonde o caos se instalou em cidades como Lisboa, Madrid e Toulouse. E, no meio disso tudo, um meio tradicional mostrou novamente sua força: o rádio.

Vários Estados-membros da União Europeia já dispõem de orientações nestes casos de emergência. A França, por exemplo, exige um kit de sobrevivência de 72 horas que inclua alimentos, água, medicamentos, um rádio portátil, uma lanterna, pilhas sobressalientes, carregadores, dinheiro, cópias de documentos importantes, incluindo receitas médicas, chaves sobresselentes, roupas quentes e ferramentas básicas, como facas.

O plano da Comissão visa harmonizar as orientações nos 27 Estados-membros, a fim de garantir que "todos, a diferentes níveis, tenham, por assim dizer, um manual do que fazer quando as sirenes tocarem", disse um alto responsável da UE, falando sob condição de anonimato em um dos principais domínios identificados quanto a necessidade de reforçar a preparação da população nestes casos extremos. Em um vídeo disponível na rede social X, Hadja Lahbib, Comissária europeia para Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, apresenta este kit.

Mesmo com a queda de energia, emissoras de rádio seguiram no ar graças a geradores próprios e à sua estrutura independente, enquanto redes sociais estavam fora ou cheias de boatos. O rádio trouxe clareza, segurança e orientação.

Um momento simbólico aconteceu nas ruas de Madrid: sem acesso a outras fontes, dezenas de pessoas se reuniram ao redor de uma mulher que ouvia, em um rádio de pilhas, as últimas atualizações sobre o blecaute. Esse gesto simples reforça o quanto o rádio é essencial em momentos de emergência.

Ter um rádio em casa, investir em transmissões de emergência e incluir o meio em planos de contingência são atitudes que fazem toda a diferença. O apagão deixou claro: num mundo digital, o rádio continua sendo um farol de confiança.

Fonte: UE e Rádio Progresso de Ijuí